A cada dia 42 homens morrem em decorrência do câncer de próstata* e aproximadamente 3 milhões vivem com a doença, sendo essa, a segunda maior causa de morte por câncer em homens no Brasil. São estimados para este ano 68.220 novos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Frente a essa realidade, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) inicia mais uma edição da campanha Novembro Azul, que chama a atenção para o diagnóstico precoce do câncer de próstata e também para a saúde do homem de forma global.

Com o tema “Seja herói da sua saúde”, o Novembro Azul da SBU tem como padrinhos o chef e apresentador do programa MasterChef Henrique Fogaça e o ex-jogador de futebol Zico. Ambos não têm medo nem preconceito com os exames da próstata – que englobam uma avaliação do risco pelo urologista, seguida pelo toque retal e a dosagem de PSA – e aceitaram de imediato o convite da Sociedade.

De acordo com o coordenador do Novembro Azul da SBU, Dr. Geraldo Faria, o mês de novembro é uma oportunidade de conversar com os homens sobre a importância de cuidar da saúde.

A SBU recomenda que os homens a partir da puberdade devem procurar um profissional especializado, para avaliação individualizada. O início da avaliação do risco de câncer da próstata começa aos 50 anos e, naqueles da raça negra, obesos mórbidos ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. Os exames deverão ser realizados após uma análise dos fatores de risco pelo urologista e ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de dez anos.

Novidades no tratamento

Muitos homens têm medo do diagnóstico de câncer, porém, a medicina tem evoluído para proporcionar aos pacientes tratamentos menos invasivos e cada vez mais eficazes. É isso que aponta o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Dr. Wilson Busato. Ele explica que atualmente é priorizada a separação entre identificação de um tumor na próstata e a necessidade de tratá-lo, evitando tratamentos agressivos para doenças de baixo risco de progressão e reduzindo o “supertratamento” ou tratamentos desnecessários.

Também existem novidades como a utilização de exames de imagem em paciente com indicação clínica para biópsia, como a ressonância magnética multiparamétrica, que podem indicar a probabilidade de encontrar um câncer de próstata significativo utilizando a mais recente escala PI-RADS 2.1. Esse exame já foi incorporado na maioria das diretrizes internacionais e está chegando aos consultórios brasileiros.

* Fonte: Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Datasus (2017)